Tenho uma amiga de lides espíritas que costuma dizer que "a mim tudo acontece". Já devo ter referido aqui essa particularidade de me deparar com alguns visitantes ocasionais dos centros espíritas, que por vezes apresentam as mais extraordinárias críticas ou sugestões.
Há tempos, uma pessoa que dizia ter visitado uma vez um centro espírita fazia-me o reparo de que era uma "vergonha" que nos centros espíritas não se oferecesse de comer aos visitantes...
As associações espíritas têm as portas abertas para actividades culturais (palestras públicas, cursos, seminários, etc.), para actividades de solidariedade social (assistência alimentar a pessoas carenciadas, alfabetização de adultos, etc.), e para actividades como o atendimento, o passe e a reunião mediúnica. É claro que não é do âmbito do nosso trabalho oferecer ceias ou lanches a quem nos visita. Esta crítica teve, por isso, o sabor de anedota, sem ofensa para quem a emitiu. No entanto, há críticas que, não sendo tão estapafúrdias como a que contei, merecem uma palavra de esclarecimento
Ultimamente, temos divulgado alguns textos de Alamar Régis, um dinâmico trabalhador espírita brasileiro, acerca da gratuitidade dos serviços espíritas. O Brasil é um país mais populoso e mais extenso que Portugal. No Brasil o Espiritismo tem uma implantação maior do que em qualquer outro país do mundo. Por isso, ao falarmos do Espiritismo no Brasil, estamos a falar como que numa escala maior.
Em Portugal dificilmente poderemos, para já, pensar em empreendimentos espíritas à escala do Brasil, mas vão-se fazendo coisas interessantes. Os periódicos espíritas (jornais e revistas), ou as Jornadas médicas e de cultura espírita, são disso exemplo.
Acontece que, com alguma malícia, há uma ou outra pessoa que nos aponta que, afinal, sendo os jornais e revistas pagos, carecendo os congressos e jornadas de entrada paga, afinal o Espiritismo não é gratuito.