"Havíamos combinado, eu e o Rangel, que o primeiro que se fizesse gás pensante voltaria a fim de dar ao que ficara ainda condensado na Terra provas da comunicabilidade dos espíritos – tínhamos, para isso, um código secretíssimo!
Quis o destino fosse eu o primeiro a passar do estado sólido para o gasoso. Preocupado em dar a decisiva prova dos nove ao incrédulo Rangel, voei a Pedro Leopoldo – a então cidadezinha morta de Minas Gerais. Andava por lá nessa época um médium que pelas suas qualidades eu pretendia fosse minha máquina de escrever mediúnica. Era ele um veículo ideal. Mas, ao pousar em Pedro Leopoldo, desanimei... Estavam a rodear o Chico Xavier mais de duzentos espíritos, aguardando oportunidade de usar-lhe a mão!"
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Esse homem, simples para o mundo, mas um gigante para os espíritos, passava horas psicografando. Foram cerca de 20 mil mensagens psicografadas. Apenas para que mães recebessem um consolo dos filhos, agora no mundo espiritual. Ou para que as nobres entidades de além-vida pudessem iluminar-nos o caminho, alertando-nos para a importância dos valores imortais do espírito. Ou para que espíritos comuns, donos de muitas vitórias e derrotas, viessem compartilhar suas trajetórias, convidando-nos a pensar diferente.
Por tudo isso, Chico abriu mão de quase tudo.
Só não desistiu da atitude superior que caracterizou sua vida. Não abriu mão de ocultar-se o mais que pudesse, para que a grandeza de Jesus e da Doutrina Espírita pudessem evidenciar-se. Um autêntico intermediário do bem comum.
"Monteiro Lobato e o Espiritismo", de Maria José Sette Ribas.
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