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A HISTÓRIA REPETE-SE...
Quando o faraó Akhenaton instituiu o culto do Deus único no Egipto (ainda que na versão popular este fosse simbolizado pelo Sol), a adesão popular não foi maior porque as hierarquias sacerdotais reagiram violentamente. Subido ao trono em 1364 a.C, o jovem soberano trouxe reformas importantes que tornaram temporariamente o Egipto uma sociedade invulgarmente justa e avançada para a época. A classe sacerdotal sentiu-se ameaçada no seu poder e urdiu conspirações que abafaram a aragem de progresso que pela mão do jovem. Por convicção ou conveniência, os sacerdotes das diversas divindades assumiam-se como mediadores exclusivos entre o Transcendente e o mundo material.
Quando Moisés implantou entre os Hebreus a primeira religião monoteísta bem estabelecida de que se tem notícia, cuidou de estabelecer uma classe sacerdotal estável, uma lei civil rigorosa, e formas de culto exterior que tornaram o Judaísmo acessível às mentalidades de há 3500 anos.
Quando Jesus de Nazaré trouxe a sua mensagem universal de paz, tolerância e esperança, a classe sacerdotal hebraica acabou por perder a paciência e hostilizou-o abertamente, contribuindo para a teia política que culminaria no episódio doloroso da crucificação.
Quando Martinho Lutero pretendeu reformar a Igreja Cristã, suscitou a ira do papado, que desencadeou a Contra-Reforma e abriu uma época de lutas sangrentas, durante a qual católicos e protestantes se perseguiram mutuamente.
Os exemplos podiam multiplicar-se, e os pormenores sórdidos da crueldade de motivação religiosa encheriam páginas deste pequeno blogue.
E se as lutas são ferozes entre seguidores dos mesmos líderes espirituais, são-no igualmente entre adeptos de diferentes profetas. Um exemplo próximo da nossa cultura foram as Cruzadas, que durante centenas de anos opuseram cristãos e maometanos. Ainda hoje, a cidade de Jerusalém, berço das três grandes religiões monoteístas, é palco de confrontos e disputas entre cristãos, muçulmanos e judeus.
A ideia central da contestação às ideias novas é de que as anteriores são por si "suficientes" para a Humanidade ou para um povo em concreto. Os Hebreus, há dois mil anos, recusaram a doutrina de Jesus por considerarem que Moisés já havia dito tudo o que interessava. Os cristãos combateram os seguidores de Maomé pelos mesmos motivos. Dentro do Cristianismo, os cristãos romanos não hesitaram em perseguir Martinho Lutero, não aceitando os seus pontos de vista enriquecedores, e considerando-os antes uma perigosa heresia.
Da mesma forma, desde há século e meio, os cristãos das diferentes denominações cristãs, vêem a Doutrina Espírita como algo de desnecessário, exótico, perigoso, herético, sem antes terem o cuidado de analisar. Ou, analisando-a, por temerem que esta seja mais um passo da Humanidade em direcção á maturidade espiritual, o que roubaria protagonismo a todos os que têm a veleidade de se considerarem representantes (e representantes exclusivos!) de Deus na Terra.
Repetem assim a atitude dos poderosos que condenaram Jesus por este não se ter vergado à ortodoxia e ter ousado pregar a unidade e igualdade de todos os homens perante Deus.
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