http://temporecord.wordpress.com/2012/10/17/campanha-faca-uma-familia-feliz-neste-natal-muito-bonito/
O AMOR É ETERNO
Aquela senhora estava com muita pressa. Entrou em um shopping center para comprar alguns presentes de última hora para o natal.
Havia muita gente ao redor e ela ficou incomodada com a situação. Pensou consigo mesma: “ficarei aqui uma eternidade, e tenho tantas coisas a fazer”.
Um tanto depressiva, ela pensava em como o natal estava se transformando em um grande comércio.
Andou rápido por entre as pessoas e entrou numa loja de brinquedos. Mais uma vez se surpreendeu reclamando dos preços. Perguntava-se a si mesma se seus netos realmente brincariam com aquilo.
Partiu para a seção de bonecas. Em um dos corredores encontrou um menino, de aproximadamente cinco anos, segurando uma boneca bem cara.
Estava tocando seus cabelos e a segurava com muito carinho. A senhora não pôde se conter e ficou olhando a cena fixamente, perguntando-se para quem seria aquela boneca.
Em seguida, se aproximou do menino uma mulher a quem ele perguntou: “não tenho dinheiro suficiente, tia?”. E a mulher lhe falou impaciente: “você já sabe que não tem o dinheiro suficiente para comprá-la”.
Depois disse ao menino que permanecesse onde estava enquanto ela buscava outras coisas que lhe faltavam e o menino continuou ali, segurando a boneca com muito carinho.
Após algum tempo, a senhora se aproximou e perguntou-lhe para quem era a boneca e ele respondeu: “esta é a boneca que minha irmãzinha queria muito ganhar, no natal.”
Ela estava certa de que a ganharia neste natal, disse o garoto com certa tristeza.
A senhora se compadeceu e disse ao menino que, no natal, levaria a boneca para sua irmãzinha, mas ele falou: “não, a senhora não pode ir onde minha irmãzinha está.”
- Eu tenho que entregá-la a minha mãe para que ela leve até a minha irmãzinha”.
- E onde está sua irmã?
O menino, com um olhar de tristeza, disse: “ela se foi com Jesus. Meu pai me disse que a mamãe irá encontrar-se com ela, em breve”.
A mulher sentiu um grande aperto no coração. E o menino continuou: “pedi ao papai para falar com a mamãe para que ela não se vá ainda.”
“Disse-lhe para pedir a ela que espere até que eu volte do shopping”.
Em seguida o garoto tirou do bolso algumas fotografias que tinham sido tiradas em frente ao shopping e falou: “vou pedir ao papai que leve estas fotos para minha mãe, para que ela nunca se esqueça de mim. Gosto muito da minha mãe, não queria que ela partisse. Mas o papai disse que ela tem que ir encontrar a minha irmãzinha”.
Enquanto o pequeno olhava a foto, a senhora tirou da carteira algumas notas e pediu a ele que contasse o dinheiro novamente.
Ele contou outra vez, e disse satisfeito: “estou certo de que será suficiente. Agora posso comprar a boneca.”
E disse: “eu acabei de pedir a Jesus para que me desse dinheiro suficiente para comprar esta boneca para a mamãe levar até a minha irmãzinha, e Ele ouviu a minha oração. Eu pedi, ainda, para que o dinheiro fosse suficiente para comprar também uma rosa branca para a minha mãe, e Ele acaba de me dar o bastante para a boneca e para a rosa.”
- Sabe, minha mãe gosta muito de rosas brancas…”.
Em alguns minutos a tia do garoto voltou e a senhora se foi.
Enquanto terminava suas compras, agora com uma disposição bem diferente, ela não conseguia deixar de pensar naquele menino. Lembrou-se de uma história que havia lido num jornal, dias antes, a respeito de um acidente causado por um condutor alcoolizado, no qual uma menininha falecera e a mãe ficara em estado grave. Deu-se conta de que aquele menino pertencia àquela família.
Dois dias depois, ela leu no jornal a notícia de que a mulher acidentada havia morrido.
Não conseguia tirar o menino da mente… Comprou um buquê de rosas brancas e as levou ao funeral…
Lá estava o corpo de uma mulher… Com uma rosa branca numa das mãos, uma linda boneca na outra, e a foto de seu filho em frente ao shopping.
Grossas lágrimas rolaram do rosto daquela senhora ao perceber a grandeza do amor daquele menino pela mãe e pela irmã…
Um amor que a morte não conseguiu apagar…
Um amor que vai muito além da existência física…
O verdadeiro amor que Jesus, O Aniversariante tão esquecido, veio ensinar à humanidade…
Saiamos do nosso egoísmo e percebamos que há pessoas em situações muito mais difíceis que as nossas. Faça alguém feliz neste Natal. Visite um doente levando uma flôr, um sorriso, vá a um asilo
levando solidariedade, vá a um hospital levando esperança, otimismo
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CAMPANHA FAÇA UMA
FAMÍLIA FELIZ NESTE NATAL
Amigo(a). O Natal está chegando e o sentimento cristão já se faz sentir em nossos corações sedentos de fraternidade. Vamos fazer uma corrente de amor e caridade nos preparando desde agora, levando doações, presentes ou visitas àqueles mais necessitados.
Organizemo-nos com os nossos vizinhos,em nosso prédio, em nosso local de trabalho com nossos colegas, em nossa empresa, etc.etc….
Uma sugestão que nos ocorreu é que ao fazermos as compras, semanalmente ou mensalmente, dentro das possibilidades de cada um, compremos um item sempre a mais.
Por exemplo: um quilo de feijão além das nossas necessidades a cada ida ao mercado. Variando o produto a cada compra. Façamos assim e teremos uma pequena cesta denatal no dia 24 de dezembro de 2012. Estaremos com certeza fazendo uma família, um asilo, uma creche feliz entretanto os maiores beneficiados seremos nós.
Vamos transformar o mundo nem que seja por alguns instantes em uma única noite. A noite de Jesus!!!!
Vamos amenizar a dor, o sofrimento, a solidão de tantos irmãos nosso em humanidade.
Vamos nos organizar desde agora. Temos ainda em torno de 60 dias para colocarmos em prática esta idéia.
Caso sejas simpático a esta idéia faça com que esta corrente de solidariedade aumente levando ao conhecimento de seus amigos, familiares, colegas, etc……
Papai Noel
Tenho 7 anos e gostaria de ganhar comida……….
Obrigado
Feliz Natal!
É o que mais escutamos nesta época que se aproxima, em que se pretende comemorar o nascimento de Jesus, o grande esquecido nessas comemorações. Há uma série de preocupações para a programação do Natal e a maioria diz respeito ao consumo: iguarias da época, roupas novas, festas, badalações, presentes, tudo que possa garantir a boa apresentação na homenagem ao Mestre Nazareno, que, pelos seus ensinamentos, nada disso fez e nem faz questão.
E, por falar nisso, não seria o momento exato para avaliarmos os nossos sentimentos, já que nestes estiveram assentadas Suas reais preocupações?
Tanto que, quando solicitado a se pronunciar quanto ao maior mandamento, Ele falou no Amor.
Recomendou-nos Amor a Deus, sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos.
Claro que a alegria que se espalha nessa época é importante, contagia mesmo. Mas, os excessos de toda sorte, que cometemos nessa ocasião, muitas vezes com conseqüências fatais, mostram como distantes ainda estamos do entendimento e da vivência das instruções do Cristo, que visam exclusivamente a nossa real felicidade.
Seria interessante se pudéssemos resgatar a simplicidade da época em que Ele aqui esteve, não nos entusiasmando com o material, mas nos preocupando com a nossa relação afetiva conosco mesmo e com o nosso semelhante.
Deixamos para um futuro distante a realização de reflexões de por que estamos aqui? De onde viemos? Para onde iremos? Por que nos acontecem certas coisas?
Comumente não valoramos a nossa atuação na família e na sociedade.
Questionamo-nos se somos solidários e fraternos com a dor alheia?
Por que fechamos os nossos olhos para tudo que não seja do nosso círculo pessoal???
Neste exato momento inúmeros irmãos nossos, muitos próximos a nós, padecem toda a sorte de necessidades sob o olhar da nossa indiferença e desprezo.
A felicidade não é possível isolada. Quem é feliz reparte-a com todos.
Quando refletimos mais demoradamente, percebemos que, em determinadas circunstâncias, as coisas e os bens têm mais importância para nós que o próprio homem, que gera esses bens e deles usufrui. É importante que reunamos a nossa família para comemorar o nascimento do Mestre, mostrando-nos, nessa comemoração, mais solidários, mais fraternos, até mesmo e principalmente com aqueles familiares difíceis.
Jesus não nos pede presente pois ele é o presente.
Roga-nos, isto sim, mudança na nossa postura interior; Suplica que pensemos no próximo como se alguém da família fosse. Roga-nos mudança de hábitos aquisição de consciência integral e virtudes morais como cidadãos do Universo que somos.
Não seria também a hora de pensarmos no perdão?
Não seria hora também de refletirmos sobre as questões do meio-ambiente, com vistas à melhoria das condições de vida do planeta? Que nossas reflexões não parem por aqui.
Ainda há muitas coisas em que devemos colocar nossas preocupações prioritariamente.
Neste Natal, na hora da Ceia, que a prece de agradecimento e o recolhimento interior na Meditação nos ensinos de Jesus seja a nossa postura.
Feliz Reflexão
A mídia, nós e o Natal
Doris Madeira Gandres – RJ
dorisgandres@yahoo.com.br
A autora é escritora, expositora e articulista espírita.
“É que a cada ano – apesar de tudo, apesar de nós– o amor nasce e renasce, desejoso de conosco permanecer e crescer, avolumar-se e expandir-se, envolvendo toda a humanidade.”
Lojas lindamente enfeitadas, luzes em abundância, iluminando milhares de artigos os mais variados, úteis ou não, necessários ou absolutamente supérfluos e redundantes, transformados assim em apelos irresistíveis para os que podem adquiri-los e para os que não podem.
Anúncios constantes, com todo tipo de ofertas e condições de pagamento – há um que oferece o primeiro pagamento só em abril/10!
Outros estendem parcelas por anos e anos afora apontando juros baixos, mas que, no entanto, freqüentemente, elevam o valor do produto até ao dobro.
O salário extra do trabalhador, o décimo-terceiro, é alvo da cobiça de comerciantes e banqueiros que o disputam ostensivamente mediante propagandas enganosas e geralmente com intenções interesseiras de lucro fácil para eles mesmos.
Todavia, a tudo isso denominam época de Natal; com tudo isso arrastam a grande maioria das criaturas no torvelinho desenfreado materialista do consumo exacerbado, em geral fazendo com que essas criaturas terminem essa época cheias de dívidas porque precisaram comprar não se sabe quantos presentes – e não podia ser um presentinho; a ceia tinha que ter todos os quitutes determinados pelas tradições da exibição e do excesso; os vinhos e demais bebidas tinham que ser em grande quantidade… e mais outras e outras tantas necessidades natalinas que as falsas convenções sociais disseminaram através os séculos.
Entretanto, as dificuldades da humanidade, em período de transformação e conseqüentemente em desalinho, cresceram nos últimos tempos – e essa mesma mídia desumana e exploradora ao mesmo tempo coloca dentro do nosso lar as tragédias humanas as mais terríveis, a miséria profunda, a criminalidade descontrolada, o medo e a angústia de milhões de criaturas no mundo.
E assim, apesar dos engodos coloridos e luminosos, dos apelos incessantes e das chantagens camufladas, aquela luz em nós de que nos falou o grande aniversariante, nosso irmão Jesus de Nazaré, cresce e se irradia, iluminando nossa mente e despertando o que de melhor reina escondido em nosso íntimo –o Deus em nós.
Compreendemos então o que é verdadeiramente Natal, essa comunhão de anseios de paz e harmonia entre todos os homens; criaturas de tantos credos diferentes – e até as que dizem não ter nenhum – se unem num longo momento de carinho, em que pensamentos de fraternidade e solidariedade se alastram e impregnam a atmosfera; e então o olhar das pessoas fica diferente, mais terno, mais manso, com menos medo, menos angústia; seu sorriso fica mais doce, sua voz mais amena e branda e até o ar que se respira fica diferente, mais leve, parece até perfumado…
É que a cada ano – apesar de tudo, apesar de nós – o amor nasce e renasce, desejoso de conosco permanecer e crescer, avolumar-se e expandir-se, envolvendo toda a humanidade.
CAMPANHA FAÇA UMA FAMÍLIA FELIZ NESTE NATAL
PARTICIPE: CONVIDE A TODOS SEUS FAMILARES, AMIGOS, COLEGAS DE TRABALHO ETC….
Orando no Natal
Livro: Celeiro de Bençãos
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco
Senhor!
Enquanto vibram as emoções festivas e muitos homens se banqueteiam, evocando aquele Natal que Te trouxe à Terra, recolhemo-nos em silêncio para orar.
Há tanta dor no mundo Senhor!
Os canhões calam os seus troares, momentaneamente, as bombas destruidoras cessam de cair por alguns instantes, nos países em guerra, enquanto nós oramos pelos que mercantilizam vidas, fomentando conflitos e beligerâncias outras;
pelos que escorcham as populações esfaimadas sob leis impiedosas e escravizantes;
pelos que se comprazem, como se fossem abutres em forma humana, com a renda nefanda das casas do comércio carnal;
pelos que exploram os vícios e acumulam usuras com o fruto da alucinação de obsidiados ignorantes da própria enfermidade;
pelos que malsinam moçoilas e rapagotes inexperientes, deslumbrados com o fastígio mentiroso da ilusão;
pelos que difundem a literatura perversa e favorecem a divulgação da criminalidade;
pelos que fazem enlouquecer, através dos processos escusos, decorrentes da cultura que perverte mentes e corações;
pelos que se locupletam com as moedas adquiridas mediante o infanticídio hediondo;
pelos que dormem para a dignidade e sorriem nos pesadelos do torpor moral, que os invadem!
Senhor!
Diante das crianças tristonhas e dos velhinhos estropiados, dos enfermos ao abandono e dos atormentados à margem da sociedade, lembramo-nos de rogar por todos eles, mas não nos esquecemos de Te suplicar pelos causadores da miséria e do infortúnio.
“Não sabem o que fazem!” – perdoa-os Senhor!
Neste Natal, evocando o momento em que as Altas Esferas seguiram contigo à Terra, até o singelo recinto de animais, para o Teu mergulho na névoa dos homens, espace, novamente, misericórdia e esperança para todos, a fim de que o Ano Novo seja, para sofredores e responsáveis pelo sofrimento, a antemanhã da Era do Espírito Imortal de que Te fizeste paradigma após o martírio da Cruz.
O NATAL DE CHICO XAVIER
A distribuição natalina que Chico Xavier promovia, juntamente com diversos amigos, há vários anos, desde os tempos de Pedro Leopoldo, tem inspirado diversos grupos espíritas de todo o Brasil. As chamadas “repartições” de Natal constituem hoje o cartão de apresentação do trabalho assistencial desenvolvido pelos espíritas.
No mês de Dezembro, jamantas carregadas de víveres, bolas, bonecas, roupas, doces, enxovais para recém-natos, etc., chegavam a Uberaba, procedentes de São Paulo, para a grande festa da fraternidade.
Adultos e crianças, eram beneficiadas pela distribuição, sem que houvesse qualquer tumulto ou acontecimento deprimente.
O próprio Chico fazia questão de entregar, simbolicamente, algum dinheiro aos irmãos que têm, igualmente, as suas mãos osculadas por ele.
Mas quem imagina que o Natal de Chico Xavier se restringiu a essa grande distribuição, que muitos interpretam erroneamente, estão equivocados.
Na véspera de Natal, na noite do dia 24, sem que ninguém o visse, Chico saia com reduzido número de amigos para visitar aqueles que nem sequer podem se locomover de seus barracos…
Acobertado pelo manto da noite, percorria vários bairros carentes de Uberaba, visitando pessoalmente, em nome de Jesus, os doentes, as viúvas, os filhos do infortúnio oculto…
Além de levar algum presente para cada um, Chico contava casos, sorria com eles, lembrava a sua infância, tomava café e, depois de orar, seguia em frente…
Poucas pessoas sabem que Chico passava o Natal peregrinando. Enquanto muitos se reúnem em torno da mesa faustosa, sem qualquer crítica a eles, ou a nós, esse verdadeiro apóstolo de Jesus na Terra caminha quase solitário, levando um pouco de alegria aos lares e aos corações dos que enfrentam rudes provas.
O Espírito tem as suas necessidades próprias. Enquanto muitos se satisfazem com o barulho do trabalho, sentindo-se recompensados, porquanto hoje a imprensa faz cobertura das distribuições nos Centros Espíritas, com fotos e textos elogiosos, Chico sente necessidade de dar dele mesmo sem qualquer alarde.
Se divulgamos o fato é para que nos inspiremos no seu exemplo e para que possamos sentir, com maior justiça, a grandeza do seu Espírito.
Para muitos, Chico é um verdadeiro pai. Ainda há pouco tempo, uma senhora já bastante velhinha nos disse: “O sêo Chico tem sido nem sei o que pra mim… Deus é que vai abençoá ele pro resto da vida… Quando o meu marido morreu, mandei avisa ele… Nóis num tinha dinheiro nem pro enterro… Ele feiz tudo e mandô me dizê que vai me enterrá tumém…”
Chico não foi só o médium missionário que conhecemos, cuja produção mediúnica não encontra similar no mundo inteiro, seja em volume ou em variedade de temas de incontestável qualidade; ele reconhece que não basta estar empunhando lápis ou falando aqui e acolá ou tendo o seu nome nas páginas dos jornais… Na simplicidade de suas atitudes está a grandeza do seu Espírito…
Ele mesmo não se permitiu o luxo de passar o Natal com a família, deixando semelhante dever do coração para o Ano Novo, quando então seguia para Pedro Leopoldo.
Se a vida de Chico nas páginas abertas é bonita, nas páginas que ninguém conhece, naquelas que só o Senhor pode ler, ela é muito mais, porquanto o seu amor pelo Cristo é algo que transcende, se perdendo na noite insondável dos séculos…
O Natal de Chico foi assim…
Dia chegará em que a humanidade deixará de celebrar a data natalina de forma egoística, porquanto, o que deveria ser uma festa da fraternidade, ainda é hoje um motivo de discriminação…
Mas existe alguém, como muitos anônimos por aí afora, que sente necessidade de ir ao encontro do Celeste Infante nas ruas frias dos bairros pobres…
Os dados acima foram extraídos dos livros abaixo editados pelo IDEAL:
“Chico Xavier Mediunidade e Coração”
Autor Carlos A. Baccelli – Editora IDEAL
NATAL RECORDANDO OS NATAIS COM CHICO XAVIER
Carlos A. Baccelli
Recordo-me que nós, os freqüentadores do “Grupo Espírita da Prece”, em Uberaba (MG), aguardávamos a chegada do Natal, com ansiedade, para que, na agradável companhia de Chico Xavier, comemorássemos o nascimento de Jesus. Na véspera do dia 25, saíamos da casa do médium, em pequena caravana, percorrendo os bairros pobres da cidade, deixando para trás as tertúlias e os lautos banquetes com que costumávamos festejar a noite de Natal. Os nossos familiares, a princípio, estanhavam aquela nossa mudança de hábito, muitos, inclusive, rotulando-nos de fanáticos: –“Onde é que já se viu – diziam– deixar de passar o Natal com a família e com os amigos para visitar a periferia…”
Mas nada, de fato, se comparava àquela alegria íntima que Chico nos proporcionava, desfrutando de sua convivência – sentíamos que, em verdade, nunca festejáramos oNatal de forma tão condizente!
Partíamos por volta das 20 horas do dia 24 e a abençoada peregrinação só era concluída na madrugada do dia 25, quando, há exatos dois mil anos, Jesus veio ao mundo ensinar-nos justamente o que Chico Xavier estava novamente nos ensinando – o amor aos semelhantes. Em torno das 3 horas da manhã do dia de Natal, escutando o cantar dos galos da vizinhança e sob o brilho sereno das estrelas irmãs daquela de Belém, acompanhávamos o médium numa prece, antes que fraternalmente nos abraçássemos e nos despedíssemos. A prece de encerramento da nossa peregrinação natalina era feita na casa de uma senhora que nos recebia com bolos, biscoitos e pães-de-queijo, que se faziam acompanhar com fumegantes chás aromáticos – chá de canela, de cravo, de maçã e… um café feito na hora para quem desejasse espantar o sono.
Era um exercício de paciência e de bondade. Em cada casa visitada por nós, Chico deixava uma pequena lembrança – brinquedos para as crianças, roupas, pães, doces e, principalmente, muita alegria. Ele não tinha pressa – aliás, Chico nunca teve pressa. Entrava em todas as casas, conversava, sorria, fazia uma prece, contava uma história… Ia se revezando, de braços dados com uns e outros – todos esperávamos o momento de lhe dar o braço e de lhe ouvir mais de perto as palavras iluminadas de sabedoria. De quando em quando, no meio da noite, ele parecia fitar algo no céu estrelado e se transfigurava em silêncio, com os olhos marejados…
Seguindo-o no carro que o conduzia, adentrávamos ruas estreitas, quase intransitáveis, chegando a choupanas erguidas à beira de despenhadeiros ou a palhoças que para ele, com certeza, sugeriam uma estrebaria – era como se ele estivesse, naquela noite, numa roupagem diferente de rei, procurando avidamente, como três outros reis haviam procurado, o local do nascimento de uma criança…
A peregrinação natalina de Chico Xavier, no entanto, começava nos primeiros dias de dezembro – a grande distribuição de cestas básicas no “Grupo Espírita da Prece”, a visita ao leprosário em Goiânia, aos doentes de “fogo-selvagem” em Uberaba, aos presos do Carandiru, em São Paulo… Diversas instituições espíritas sempre receberam de suas mãos algum tipo de auxílio para as suas campanhas de Natal – doações financeiras que ele repassava, tendo o cuidado de colocar o dinheiro dentro de um envelope e de entregá-lo com a maior discrição possível. Nós mesmos dele recebíamos para o Natal do “Bittencourt Sampaio”, a Márcia para o Natal da Cantina “Maria João de Deus”, o Sr. Joaquim Cassiano para o Natal do “Vicente de Paulo”, os irmãos João e Lázaro para o Natal do “Lar Espírita de Lázaro”…
Interessante é que, por vezes, nos melindrávamos, porque ficávamos enciumados de outros companheiros ao lado dele – não tínhamos ainda percepção da grandeza daquela hora! Entendendo a nossa infantilidade, Chico procurava dividir atribuições conosco – uns repartiam pães, outros tomavam conta das filas que se formavam nas ruas, alguns transmitiam passes nos doentes acamados ou proferiam preces…
Em um casebre humilde, as crianças o recebiam com flores e canções natalinas; noutra residência pobre uma folia-de-reis o esperava com a bandeira do Divino – cantavam para ele, e ele, o tempo todo, segurando a bandeira… Lá fora, a multidão que sempre se aglomerou ao redor de Chico Xavier! Às vezes, tínhamos que sair às pressas: era muita gente para pouca coisa – ainda não sabemos multiplicar pães e peixes para mais de cinco mil pessoas fazendo sobrar doze cestos…
Inesquecíveis Natais com Chico Xavier! Inesquecíveis dias de tantas saudades e recordações!…
De permeio, a sua mediunidade ímpar, sublime e bela! – as notícias de Jesus, as interpretações dos ensinamentos do Mestre, os recados do Mundo Espiritual, o agradável perfume dos campos da Galiléia, o marulhar das águas do Tiberíades e o colorido das flores que margeavam as estradas de Cafarnaum…
Chico, sem dúvida, é maior homem do que médium! A sua presença entre nós é algo da presença do próprio Cristo!…
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