Espiritismo

https://blogoliviaespirita.blogspot.com.br/2016/08/espiritismo-tem-dogmas-o-espiritismo.html



http://www.institutoandreluiz.org/espiritismo.html



O QUE É ESPIRITISMO?



É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita:



O Livro dos Espíritos,

O Livro dos Médiuns,

O Evangelho segundo o Espiritismo,

O Céu e o Inferno e A Gênese.



“O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.”



Allan Kardec (O que é o Espiritismo – Preâmbulo)



“O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido:

conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.”



Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo

– cap. VI – 4).



O QUE REVELA:

Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida.
Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento.




SUA ABRANGÊNCIA:
Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.
Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional, social.




SEUS ENSINOS FUNDAMENTAIS:
Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.




O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.



Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.



No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.
Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor.




Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.
O homem é um Espírito encarnado em um corpo material.




O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.



Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.
Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.




Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.
Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.
Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.


Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima;

Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina;

Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram.


Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação.

Os imperfeitos nos induzem ao erro.



Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade.



E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.

A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.

O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações.
A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.




A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador.
A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. é este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.




(Fonte: FEB e SobreSites)






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Kardec diz:


"Conhece-se o verdadeiro espíríta pela sua transformação moral e pelo esforço que emprega para domar suas más inclinações"


Seja Bem Vindo!



"Para mim, as diferentes religiões são lindas flores, provenientes do mesmo jardim.

Ou são ramos da mesma árvore majestosa.
Portanto, são todas verdadeiras."

Mahatma Gandhi








terça-feira, 24 de maio de 2016

02 - CARTA AOS QUE FICARAM - Crônica de Além Túmulo Pelo Espírito Humberto de Campos

https://goo.gl/eRzjGA
28 de Março de 1935

Crônica de Além Túmulo Pelo Espírito Humberto de Campos


 No antigo Paço da Boa vista, nas audiências dos sábados, quando recebia toda gente, atendeu D.Pedro II a um negro velho, de carapinha branca, e em cujo rosto, enrugado pelo frio de muitos invernos, se descobria o sinal de muita penas e muitos maus-tratos.
 https://drive.google.com/file/d/0B2ieHV9slUQ9M3hHSEZmaHZHT2M/view?usp=sharing

 -Ah! Meu Senhor grande

 – exclamou o infeliz

 – como é duro ser escravo!... 

 O magnânimo imperador encarou suas mãos cansadas no leme da direção do povo e aquelas outras, engelhadas, na excrescência dos calos adquiridos na rude tarefa das senzalas, e tranqüilizando-o comovido: 

 -Ó meu filho, tem paciência! 

Também sou escravo dos meus deveres e eles são bem pesados... 

Teus infortúnios vão diminuir... 

E mandou libertar o preto. 

 Mais tarde, nos primeiros tempos do seu desterro, o bondoso monarca, a bordo do Alagoas, recebeu a visita do seu ex-ministro; às primeiras interpelações de Ouro Preto, respondeu-lhe o grande exilado: 

 -Em suma, estou satisfeito e tranqüilo. E, aludindo à sua expatriação: É a minha carta de alforria... 

Agora posso ir onde quero. 

 A coroa era pesada demais para a cabeça do monarca republicano. 

 Aos que perguntarem no mundo sobre a minha posição em face da morte, direi que ele teve para mim a fulguração de um Treze de Maio para os filhos de Angola. 

 A morte não veio buscar a minha alma, quando esta se comprazia nas redes douradas da ilusão. 

A sua tesoura não me cortou fios da mocidade e de sonho, porque eu não possuía senão neves brancas à espera do sol para se desfazerem.

 O gelo dos meus desenganos necessitava desse calor de realidade, que a morte espalha no caminho em que passa com a sua foice derrubadora. 

Resisti, porém ao seu cerco como Aquiles no heroísmo indomável de quem vê a destruição de suas muralhas e redutos. 

Na minha trincheira de sacos de água quente, eu a vi chegar quase todos os dias... 

Mirava-me nas pupilas chamejantes dos seus olhos, pedindo-lhe complacência e ela me sorria consoladora nas suas promessas. 

Eu não podia, porém adivinhar o seu fundo mistério, porque a dúvida obsidiava o meu espírito, enrodilhando-se no meu raciocínio como tentáculos de um polvo. 

 E, na alegria bárbara, sentia-me encurralado no sofrimento, como um lutador romano aureolado de rosas. Triunfava da morte e como Ájax recolhi as últimas esperanças no rochedo da minha dor, desafiando o tridente dos deuses. 

 A minha excessiva vigilância trouxe-me a insônia, que arruinou a tranqüilidade dos meus últimos dias. 

Perseguido pela surdez, já os meus olhos se apagavam como as derradeiras luzes de um navio soçobrando em mar encapelado no silêncio da noite. 

Sombra, movendo- se dentro das sombras, não me acovardei diante do abismo. 

Sem esmorecimentos atirei-me ao combate, não para repelir mouros na costa, mas para erguer muito alto o coração, retalhado nas pedras do caminho como um livro de experiências para os que vinham depois dos meus passos, ou como a réstia luminosa que os faroleiros desabotoam na superfície das águas, prevenindo os incautos dos perigos das sirtes traiçoeiras do oceano. 

 Muitos me supuseram corroído da lepra e de vermina como se fosse Bento de Labre, raspando-me com a escudela de Jô. 

Eu, porém estava apenas refletindo a claridade das estrelas do meu imenso crepúsculo. Quando, me encontrava nessa faina de semear a resignação, a primeira e última flor dos que atravessam o deserto das incertezas da vida, a morte abeirou-se do meu leito; devagarinho, como alguém que temesse acordar um menino doente. 

Esperou que tapassem com anestesia todas as janelas e interstícios dos meus sentimentos. E quando o caos mais absoluto no meu cérebro, záz! 

Cortou as algemas a que me conservava retido por amor aos outros condenados, irmãos meus, reclusos no calabouço da vida. 

Adormeci nos seus braços como um ébrio nas mãos de uma deusa. Despertando dessa letargia momentânea, compreendi a realidade da vida, que eu negara, além dos ossos que se enfeitam com os cravos rubros da carne. 

 -Humberto!... 

Humberto... 

exclamou uma voz longínqua

 – recebe os que te enviam da Terra! 

 Arregalei os olhos com horror e com enfado:

 -Não! 

Não quero saber de panegíricos e agora não me interessam as seções necrológicas dos jornais.

 Enganas-te 

– repetiu 

– as homenagens da convenção não se equilibram até aqui. A hipocrisia é como certos micróbios de vida muito efêmera. 

Toma as preces que se elevaram por ti a Deus, dos peitos sufocados, onde penetraste com as tuas exortações e conselhos. 

O sofrimento retornou sobre o teu coração um cântaro de mel.

 Vi descer de um ponto indeterminado do espaço, braçadas de flores inebriantes como se fossem feitas de neblina resplandecente, e escutei, envolvendo o meu nome pobre, orações tecidas com suavidade e doçura. 

Ah! 

Eu não vira o céu e a sua corte de bem-aventurados; mas Deus receberia aquelas deprecações no seu sólio de estrelas encantadas como a hóstia simbólica do catolicismo se perfuma na onda envolvente dos aromas de um turíbulo. 

Nossa Senhora deveria ouvi-las no seu trono de jasmins bordados de ouro, contornado dos anjos que eternizam a sua glória. 

 Aspirei com força aqueles perfumes. 

Pude locomover-me para investigar o reino das sobras, onde penso sem miolos na cabeça. 

Amava e ainda sofria, reconhecendo-me no pórtico de uma nova luta. 

 Encontrei alguns amigos a quem apertei fraternalmente as mãos. E voltei cá. Voltei para falar com os humildes e infortunados, confundidos na poeira da estrada de suas existências, como frangalhos de papel, rodopiando ao vento.

 Voltei para dizer aos que não pude interpretar no meu ceticismo de sofredor:

 -Não sois os candidatos ao casarão da Praia Vermelha.[Hospício Nacional]. 

Plantai pois nas almas a palmeira da esperança. 

Mais tarde ela descobrirá sobre as vossas cabeças encanecidas os seus leques enseivados e verdes... 

 E posso acrescentar, como o neto de Marco Aurélio, no tocante à morte que me arrebatou da prisão nevoenta da Terra:

 -É a minha carta de alforria... 

Agora posso ir onde quero. Os amargores do mundo eram pesados demais para o meu coração.


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